Se desligarmos a televisão por um instante, chegaremos facilmente à conclusão que não há problemas que disponham de uma única solução. Da mesma maneira, não há fatalidades que não possam ser questionadas. É ao fazê-lo que se pensa e se encontram soluções.

domingo, 16 de setembro de 2012

O Twitter de Passos

O tweet de passos

Passos Coelho nunca me enganou. Passos Coelho e os liberalismos da direita portuguesa levaram milhares de pessoas hoje à rua. Se Passos tivesse dito aquilo que está a fazer aos portugueses não lhe tinham dado a oportunidade de estar agora a destruir o nosso país.

Este post marca um ponto de viragem, Portugal saiu à rua para criticar este governo e todos aqueles que nos deixaram na miséria em que a única esperança será emigrar.Mas como português quero lutar por Portugal, espero que os meus concidadãos não baixem os braços e tirem do poder esta gente que não olha a meios para atingir os seus fins.






segunda-feira, 28 de maio de 2012

Nada é impossível de mudar

Nos dias que correm, os textos gastos pelo tempo fazem tanta falta.
Numa altura de impossibilidades e de inevitabilidades o grande nome de Bertolt Brecht volta ao topo para ficar para sempre!

Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.



sexta-feira, 18 de maio de 2012

Não me importei


Um dia vieram e lavaram a careca do Rasmus Ruffer
Mas não me importei
Em seguida, vieram e levaram a troika
Não me incomodei
Ao terceiro dia levaram todos os governantes portugueses
E eu achei normal
Ao quarto dia prenderam os juízes
Eu pensei : "deve estar alguém para morrer ..."
Ao quinto dia o Isaltino pede recurso
E paralizado fiquei!
Ao sexto dia tentaram levar o Sócrates mas ele já cá não estava
Telefonei para Paris, ninguém atendeu
Ao sétimo dia reuniram as secretas do PSD na Loja Mozart
Peguei no avental e cozinhei um fricassé divinal
Ao oitavo dia Portugal implodiu
E eu esfumei!

Adaptação de poema de Bertold Brecht (1898-1956) ._. mais detalhes aqui

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Relvas sem escrúpulos


Chegámos decididamente à situação limite em Portugal. Num estado de impunidade total , os governantes assumem o poder como garantido. Tudo lhes é permitido e como tal dão-se ao luxo de responder quando querem, mentir quando querem, serem transparentes como uma parede de betão!

Pensava eu que já tinha assistido a todos os descalabros, escândalos e poucas vergonhas neste país mas pelos vistos os jornais serão de certo um bom investimento. Se um investidor estrangeiro me perguntasse em que ramo deveria investir em Portugal, eu diria claramente na comunicação social:   Com a quantidade de escândalos que a classe política, judicial e social produz prevejo futuro risonho sem crise para os media portugueses.

O Sr. Relvas, super ministro omnipresente, teve a ousadia de dizer que receber SMS não é a mesma coisa que trocar SMS.  Ainda disse o seguinte : "O meu telemóvel é muito básico, não permite uma correspondência muito acentuada" ...  Esta frase diz tudo. Não sei se hei-de rir ou chorar. 

Ficou provado nesta comissão que Miguel Relvas mentiu. Omitiu, mentiu, incorreu em contradições e arrastou Pedro Passos Coelho com ele. O facto de ter recebido uma lista com nomes de pessoas, ou até mesmo clipping de um alto dirigente de serviços secretos portugueses, constitui em si só falta de escrúpulos, de moral e ética. Relvas admite ter recebido SMS com nomes de pessoas mas ignorou. Recebeu clipping e ignorou. Até nem estava bem feito! O simples facto de ter recebido, vindo daquela fonte, constitui ilegalidade. O mínimo a fazer seria denunciar tal facto. Da mesma forma que as ignorou desprezou o estado português.

Governo após governo, Primeiro-Ministro atrás de Primeiro-Ministro os casos acumulam-se. E não é só o sistema político que está completamente minado em Portugal mas também o sistema judicial. 

Não há palavras para o caso de Isaltino Morais. Não vale a pena. Muitos oiço falar e dizer : "O caso está entregue à justiça, deixem a justiça trabalhar". A justiça trabalha, mas só para alguns. Trabalha para aqueles que roubam um champoo e um polvo no Pingo Doce. Para aqueles que roubam milhões torna-se indiferente.

É preciso lutar contra este sistema, é preciso remover os cancros da nossa democracia, espero não seja tarde.

sábado, 12 de maio de 2012

O perigoso Rangel de Esquerda


A alteração do panorama político na Grécia, através dos votos dos seus eleitores, tornou a situação extremamente delicada quando nenhum partido, dos 3 mais votados, conseguiram unir forças para criar um governo sólido, de maioria para os Gregos. A iminência de novas eleições está à porta, e a coligação de esquerda Syriza vai na frente nas mais recentes sondagens.

A Grécia encontra-se numa situação sem precedentes. As imposições da Troika estão a destruir o país e o povo grego ao falar democraticamente não deixou solução à vista. Isto em parte porque neste país europeu, democrático e livre existe um bónus de 50 deputados para o vencedor das eleições (como pretensa forma de garantir a estabilidade) que adultera o ideal de eleições livres, democráticas e fundamentalmente justas e verdadeiras.

Pelos meios de comunicação social e não só, o relato deste impasse grego foi-se dando por todo o mundo com um denominador comum : A Syriza, partido até aqui muito ignorado pelos próprios gregos, ao apresentar as suas propostas, as suas ideias claras contra a política de austeridade, foi amplamente atacada em todo o mundo. Desde o Financial Times à RTP, não se ouve falar das propostas concretas que levaram os gregos a votar nesta coligação, mas sim que os extremistas radicais de Esquerda estão prestes a tomar o poder como se viesse uma espécie de marcianos atacar o nosso querido planeta Terra. Esses malditos!

Ninguém quis perceber o porquê, apenas coçar o preconceito ideológico contra o qual teremos sempre que lutar.

Na sequência destes acontecimentos, Paulo Rangel mostra-se bastante preocupado com o resultado das eleições na Grécia. Chegou ao ponto de dizer que tem bastante medo, imagine-se, de eleições democráticas. Para este euro-deputado pró-europeu e social-democrata nos momentos decisivos não se mostra tão democrata assim. A democracia é feita de vitórias e derrotas, é composta pelo confronto de ideias, e no fim, o Povo é soberano. Foi e será soberano na Grécia ao escolher uma alternativa à austeridade por muitos proclamada de inevitável. Inevitável sim é o resultado desta política que só trará mais desigualdade, mais desemprego, mais dificuldades e, por irónico que pareça, mais dívida.

Por outro lado, Paulo Rangel entra em contradição completa quando afirma que Hollande será algo bom para a Europa. Poderá dinamizar e aliviar pressões junto de Angela Merkel o que poderá também ajudar a resolver a tragédia grega. Isso é um facto. No entanto, Hollande também defende equidade fiscal entre os rendimentos do capital e os rendimentos do trabalho, as taxas para as operações financeiras, o aumento de impostos para os mais ricos, a criação de um banco público para dinamizar a economia ajudando as PME, subida de impostos para a banca, proibição de sucursais bancárias francesas em paraísos fiscais e muitas outras medidas já defendidas pelas mesmas pessoas que Paulo Rangel chama Radicais de Esquerda.
Como Joana Amaral Dias disse: "as pessoas fazem-se pelas suas ideias." Eu acrescento : "Não se fazem por rótulos e preconceitos marcados com quaisquer outras intenções."

Rangel gosta portanto de um radical de esquerda, Hollande. Já os radicais de esquerda do Syriza ou do Bloco de Esquerda metem medo. Tanto medo que o fazem até temer eleições democráticas, esse grande pilar da democracia.

outra opinião sobre o mesmo assunto em activismos de sofá

quarta-feira, 9 de maio de 2012

A austeridade não é inevitável


Conheça melhor  a Syriza na Grécia, o 2º partido mais votado nas eleições gregas

Nas últimas eleições democráticas na Grécia passados dois resgates consecutivos por parte da Troika a Grécia disse não à austeridade.
A Syriza, o Bloco de Esquerda Grego, tomou assim a segunda posição numas eleições que mais não serviram para demonstrar o descontentamento pelas medidas que empobrecem e endividam ainda mais o povo e o estado grego.
Após tentativa frustrada de formar governo, a Nova Democracia abdica do mandato e oferece assim à Syriza a oportunidade para o fazer, mas neste momento não se encontra fácil a criação de uma maioria estável na Grécia. O Pasok, PS grego, partido que negociou com a troika o resgate financeiro, não está disposto a por em causa o mesmo, aliando-se a quem deseja romper o pacote de austeridade embora deseje permanecer no Euro.
Roma não se fez num dia nem Atenas em três, por isso o culminar desta situação será novas eleições em Junho. Na altura vamos ver a decisão final dos gregos, continuar a austeridade ou romper com a Troika para bem da Grécia. Esperemos que os partido do arco da governação, que levaram a esta situação insustentável, sejam ainda mais penalizados e se criem condições fortes para uma política de esquerda, de auditoria à dívida, que proteja a economia e o povo grego.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O Amargo Pingo do 1º de Maio


"Mas tenhamos uma coisa em mente: nas alegorias políticas em forma de filme de zombies de George Romero, os mortos-vivos acabam quase sempre por ganhar consciência e tomar conta de tudo. Os neoliberais contentinhos com o êxito passageiro de Soares dos Santos poderão ser os humanos do futuro, carne para os zombies de agora. Nada dura para sempre." in Arrastão
Muito se disse e se escreveu sobre o que se passou no 1º de Maio em vários Pingo Doce deste país.
Penso que não se disse o suficiente.
O Pingo Doce foi acusado de manipular e pressionar os seus colaboradores para não gozarem o feriado e de um momento para o outro inventa uma promoção fantástica em tempos de crise.
A atitude é de louvar embora incoerente com os próprios anúncios da marca. Como se não bastasse será possivelmente ilegal devido aos indícios de praticas de dumping e de concorrência desleal.
Tudo isto teria passado despercebido se não fosse feito no 1º de Maio - Dia do Trabalhador.
Toda a polémica passaria ao lado se não fosse feito no mesmo dia em que a luta dos trabalhadores converge na luta dentro de supermercados pelo azeite ou pão.
Em 1886 fez-se uma greve em prol dos direitos dos trabalhadores e dos seus horários de trabalho, em 2012 começa a luta no Pingo Doce por bens de 1ª necessidade.
A falta de bom senso, ética e respeito por parte do Pingo Doce é, para mim, o cerne da questão.
Não condeno a promoção em si mas sim a provocação aos valores do trabalho, ao significado das conquistas sociais por parte dos trabalhadores que sofrem em tempos de crise e de austeridade, sendo quase obrigados a aproveitar estas oportunidades. Não os condeno. Apenas condeno o Pingo Doce.
Tinham 365 dias para o fazer, escolheram o dia errado.

Para aqueles que se horrorizam com o consumismo desenfreado percebam que a maior parte daquelas pessoas não estavam a comprar o último telemóvel da moda nem o lcd com mais 10 cm, estavam sim a poupar em bens de 1º necessidade para que uma vez por outra os seus baixos salários possam esticar mais um bocadinho assim ...